O VERBO E O CAMINHO
A palavra tem o sentido de liberdade e de condução ao caminho do amor e respeito ao próximo. O verbo exprime as ações que construímos cotidianamente para o perdão e a misericórdia, sem julgamentos, sem separações, sem discriminações, apenas compreendendo e aceitando o outro.
quinta-feira, 13 de novembro de 2014
sábado, 1 de novembro de 2014
RESSUSCITAR EM VIDA !
Liturgia Finados.
Queridos Irmãos !
A palavra do Senhor nos coloca a frente
de dois paradigmas centrais. O primeiro se refere em nossa crença no Cristo
Jesus. Jesus vivo, dentre os mortos, em seu sacrífico junto ao Pai para nos
libertar, para nos resgatar. O segundo paradigma se coloca em nossa condição
humana e que, em nosso Senhor, somos chamados a ressuscitar em
vida.
A nossa crença no Cristo Vivo ela se refaz, a cada dia,
pela nossa capacidade de amar o outro e fazer crer em sua transformação. O
mundo nos propõe diante à violência, frente às desonestidades, às traições e
aos pecados fazer crer que as pessoas não podem ser transformadas e não podem
se converter ao bem e ao que é correto e determinado por uma ética cristã. Este
pensamento é uma negação de que o Senhor fez-se milagre. Negamos Jesus por não
acreditar na possibilidade do homem novo, no perdão e no arrependimento e na transformação.
Este pensamento que condena o outro a uma única essência no mundo é uma forma
de desacreditar, de retirar a importância do sacrifício do Senhor Deus para
conosco, de seu compromisso em nosso resgate. É como se anulássemos a morte de
Cristo e nós mesmos o reconduzíssemos ao calvário. Assim, todas as vezes que
professamos julgamentos comuns de que as pessoas não prestam, de que as pessoas
precisam ser condenadas à morte, é como se nós mesmos conduzíssemos o sacrífico
de Jesus ao vazio, e neste caso o sepultássemos novamente. Em verdade, a cada
vez que negamos ao outro a possibilidade do perdão, da conversão, do
arrependimento e de sua transformação como homem novo, é como se negássemos o
sacrifício de Cristo claramente expresso em suas palavras neste evangelho: “Todos os que o Pai me confia virão a mim, e quando vierem, não os
afastarei”.
A
palavra de Jesus se remete a todos, o que significa qualquer um que o busque e
que o busque para a vida terá o seu perdão e renascerá nele. Por isso Cristo nos conforta com a morte de
nossos entes queridos, porque em nosso amor acreditamos e oramos para que eles
o tenham buscado e que agora vivam ao seu lado na paz eterna.
O segundo paradigma
se refere ao nosso comprometimento com a vida. Significa dizer que devemos, a todos os momentos, buscarmos nossa ressurreição. Muitos de nós
esperamos e damos conta do último dia como se fosse uma dimensão apocalíptica
do mundo, como se fosse o último dia de todos, ou o último dia de nossa vida
física na terra. Mas não o é. O último
dia é o chamado de Deus, um chamado que ele o faz hodiernamente para que este dia,
para que agora, para que hoje, seja sua aurora de luz, seja o seu dia de
arrependimento, seja o seu dia de salvação, de ressurreição.
Deus espera que você ressuscite em vida para
que não padeça em morte durante sua vida. Jesus fala de seu receio de não
perder uma só pessoa que lhe foi confiada pelo Pai, para que ele possa
ressuscitá-lo no último dia. Mas, como Jesus poderá ressuscitá-lo se você não o
reconhece e se você não se dirige a ele ? Pois é isso que ele professa: “quando
vierem”.
Assim, o Cristo nos adverte
para que sejamos vivos em vida e possamos trazê-lo em nosso coração a cada dia,
como se nova luz nascesse em nós e novo espírito refizesse nosso coração. Essa
nova luz e esse novo espírito é o amor do Senhor, é ele que nos salva, ele que
nos redime e ele que nos faz vivos em vida. Trata-se de uma transformação...
Morrer para o mundo, nascer para o Cristo esta é a ressurreição e ela deve se
fazer a cada dia, pelo amor e pela busca de nossa transformação e de todos com
os quais convivemos. O chamado do Senhor
Jesus une os dois paradigmas: acreditar na transformação do outro é fazê-lo
ressuscitar em vida, isso significa que o Senhor Deus habita em nosso coração e
em vida estamos ressuscitados e em nós ele vive. O último dia é hoje, o agora,
o primeiro de muitos dias de nossa vida em Cristo Jesus.
sábado, 25 de outubro de 2014
NINGUÉM MANDA EM MIM !!!
30ª Semana do Tempo Comum
30ª Semana do Tempo Comum
Irmãos em Cristo Jesus !
Neste domingo o Senhor Deus nos chama a refletir sobre três dimensões fundamentais acerca de nossa liberdade e de nossa vida Cristã: a conduta, o exemplo e o amor, que estão presentes em nossa liturgia.
Estas três dimensões estão sintetizadas no nosso Evangelho em uma palavra: Mandamento.
Mas, o que representa o Mandamento nos dias de hoje ? Como alguém pode interferir em nossa trajetória exatamente quando somos impulsionados a lidar com nossos problemas e nossa vida de forma individualizada sem que precisemos responder a nada e a ninguém ? Como pensar em mandamentos quando nos sentimos senhores de tudo e se limite é uma palavra que abolimos de nossas relações ? De fato lidamos com nossos atos sob a frase: "ninguém manda em mim e ninguém tem nada com isso".
Assim, o que pode representar o mandamento quando nossas atitudes cotidianas estão muito mais vinculadas aos nossos desejos individuais, às falsas formas de identidade ?
Em nosso mundo estamos mais preocupados em demonstrar nosso carro, em demonstrar nossa casa, nossas roupas de marca, os lugares e posições sociais que ocupamos e usufruímos. Todas estas manifestações nos dão um sentido de individualidade, de independência e de autonomia. Porque são postos, objetos posições que pensamos ter conquistado individualmente, sem precisar responder a nada e a ninguém.
Mas, o que representa o Mandamento nos dias de hoje ? Como alguém pode interferir em nossa trajetória exatamente quando somos impulsionados a lidar com nossos problemas e nossa vida de forma individualizada sem que precisemos responder a nada e a ninguém ? Como pensar em mandamentos quando nos sentimos senhores de tudo e se limite é uma palavra que abolimos de nossas relações ? De fato lidamos com nossos atos sob a frase: "ninguém manda em mim e ninguém tem nada com isso".
Assim, o que pode representar o mandamento quando nossas atitudes cotidianas estão muito mais vinculadas aos nossos desejos individuais, às falsas formas de identidade ?
Em nosso mundo estamos mais preocupados em demonstrar nosso carro, em demonstrar nossa casa, nossas roupas de marca, os lugares e posições sociais que ocupamos e usufruímos. Todas estas manifestações nos dão um sentido de individualidade, de independência e de autonomia. Porque são postos, objetos posições que pensamos ter conquistado individualmente, sem precisar responder a nada e a ninguém.
Este tipo de compreensão é extremamente equivocada. A ideia de individualidade e de autonomia, fixada nestes elementos, obscurecem que somos serviçais a alguma coisa. Porque estes elementos que nos consagram no mundo dos homens, em verdade obscurecem que somos escravos de um mundo de consumo e de ostentação, obscurecem que somos assim subordinados e seguimos uma ordem, um mandamento do mundo e que nos escraviza mais e mais no consumo e no individualismo. Um individualismo que faz com que percamos os vínculos familiares, de amizade, para os quais nossa conduta ética e cristã não precisam ser reconhecidas, não precisam coexistir em nossas relações com estes ou quaisquer outros grupos sociais e comunidade. Desprendemos dos laços pessoais para prendermo-nos nas coisas do mundo.
Ao contrário, o mandamento a que o Senhor Deus nos conclama não representa uma dominação, uma imposição, mas um chamado às nossas responsabilidades, uma chamado à conduta cristã que possa ser expressa de forma viva e autêntica, por aquilo que somos de fato: filhos de Deus.
O Mandamento de Deus não resulta em uma opressão e em uma obrigação, ele resulta de uma liberdade, de uma relação de liberdade em que não oprimimos e não dominamos, porque não nos valemos da condição de flagelo e desesperança de nossos semelhantes. Ao contrário nossa conduta é de misericórdia e capacidade de ser solidário no mundo: "Não oprimas nem maltrates o estrangeiro". De nossa capacidade de reconhecer o limite e a necessidade do outro: "Se tomares como penhor o manto do teu próximo, deverás devolvê-lo antes do pôr-do-sol".
O Mandamento de Deus não resulta em uma opressão e em uma obrigação, ele resulta de uma liberdade, de uma relação de liberdade em que não oprimimos e não dominamos, porque não nos valemos da condição de flagelo e desesperança de nossos semelhantes. Ao contrário nossa conduta é de misericórdia e capacidade de ser solidário no mundo: "Não oprimas nem maltrates o estrangeiro". De nossa capacidade de reconhecer o limite e a necessidade do outro: "Se tomares como penhor o manto do teu próximo, deverás devolvê-lo antes do pôr-do-sol".
Nesta mesma perspectiva é que o Mandamento de Deus nos chama a realizarmo-nos no mundo como exemplo. Ser exemplo implica em reconhecer que não podemos demarcar nossa identidade cristã nos objetos, no ter, no aparentar, em diferenciar-nos dos outros. Educar pelo exemplo é a ação cristã concreta que apresentamos aos nossos filhos, aos nossos vizinhos e à nossa comunidade. O chamado de Deus para sermos exemplos, exige de nós a libertação dos mandamentos do mundo, porque requer que nos preocupemos com o resultado de nossas ações. De nossas agressões no trânsito, de nossas arrogâncias no trabalho, nas filas dos supermercados, dos bancos, consolidando nossas relações cotidianas no semblante de Cristo e acolhendo a todos com alegria: "Assim vos tornastes modelo para todos os fiéis". Vendo em nossos atos uma forma de nos libertamos dos objetos que nos tornam escravos no mundo: "As pessoas mesmas contam como vós nos acolhestes e como vos convertestes, abandonando os falsos deuses".
Com tudo isso nos encontramos na terceira dimensão de seu chamado: o amor. Esta ação suprema é reveladora de nossa cumplicidade com o Senhor Deus. De nosso comprometimento com as pessoas no mundo e não com os objetos que nos afastam e os quais usamos para oprimir e para nos diferenciar dos demais. Esta terceira dimensão revela nossa indulgência, revela nossa capacidade de perdoar e que se trata do mais sublime e fraterno sentimento. Este sentimento nos faz próximos e iguais ao Senhor Deus que, por sua misericórdia, nos faz livres.
Assim, nesta liberdade se percebe que não se trata de alguém mandar em você, trata-se simplesmente em reconhecer se sua conduta, seu exemplo e seu amor fazem com que você se aproxime ou se distancie de Deus. Trata-se de verificar se sua conduta, seu exemplo e seu amor se vinculam ao mundo ou ao Senhor Jesus Cristo. Ninguém mandar em você pode ser uma ilusão, na medida em que o mundo exerce mandamentos constantes em sua vida, mas que são obscurecidos por uma ideia de desejo individual, de realização pessoal, quando ela é totalmente condicionada e não emerge de seu interior e de sua identidade cristã. Assim, você parece livre, quando em verdade é prisioneiro. Libertar-se significa atender ao chamado do Senhor Deus: "amai a Deus e ao próximo". Este é o sentido do Mandamento para Deus, não é uma ordem, mas um convite para a vida, uma vida plena que se revela em sua conduta fraterna cristã, em seu exemplo de perdão e em sua capacidade de amar !
Com tudo isso nos encontramos na terceira dimensão de seu chamado: o amor. Esta ação suprema é reveladora de nossa cumplicidade com o Senhor Deus. De nosso comprometimento com as pessoas no mundo e não com os objetos que nos afastam e os quais usamos para oprimir e para nos diferenciar dos demais. Esta terceira dimensão revela nossa indulgência, revela nossa capacidade de perdoar e que se trata do mais sublime e fraterno sentimento. Este sentimento nos faz próximos e iguais ao Senhor Deus que, por sua misericórdia, nos faz livres.
Assim, nesta liberdade se percebe que não se trata de alguém mandar em você, trata-se simplesmente em reconhecer se sua conduta, seu exemplo e seu amor fazem com que você se aproxime ou se distancie de Deus. Trata-se de verificar se sua conduta, seu exemplo e seu amor se vinculam ao mundo ou ao Senhor Jesus Cristo. Ninguém mandar em você pode ser uma ilusão, na medida em que o mundo exerce mandamentos constantes em sua vida, mas que são obscurecidos por uma ideia de desejo individual, de realização pessoal, quando ela é totalmente condicionada e não emerge de seu interior e de sua identidade cristã. Assim, você parece livre, quando em verdade é prisioneiro. Libertar-se significa atender ao chamado do Senhor Deus: "amai a Deus e ao próximo". Este é o sentido do Mandamento para Deus, não é uma ordem, mas um convite para a vida, uma vida plena que se revela em sua conduta fraterna cristã, em seu exemplo de perdão e em sua capacidade de amar !
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